Sinais de alerta para problemas cardíacos
Você sabia que alguns sinais simples podem indicar problemas cardíacos graves? Segundo o Ministério da Saúde, 1 em cada 3 mortes no Brasil é causada por doenças do coração — muitas delas poderiam ser evitadas com atenção aos sintomas e diagnóstico precoce. Além disso, os sinais de alerta podem aparecer de formas sutis, tornando a detecção precoce fundamental para a saúde.
Esse problema é tão sério que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), para gerar conscientização, mantém o site Cardiômetro, que registra a contagem de mortes por doenças cardiovasculares no país. O site registra mais de mil mortes por dia. Portanto, a conscientização é crucial para a prevenção.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e objetiva quais são os principais sinais de alerta para problemas cardíacos, como reconhecê-los e quando procurar um cardiologista. Entender esses sinais pode fazer toda a diferença para cuidar da saúde do coração e evitar complicações futuras. Dessa forma, o diagnóstico precoce é essencial para garantir uma vida mais saudável.
O que são problemas cardíacos?
Os problemas cardíacos englobam diversas condições que afetam o funcionamento do coração. Eles podem surgir de forma súbita (como um infarto) ou se desenvolver ao longo do tempo (como a insuficiência cardíaca). Entretanto, muitos sinais são ignorados ou confundidos com outras doenças. Por isso, é importante saber identificá-los a tempo.
O coração é um órgão vital que bombeia sangue para todo o corpo, garantindo que oxigênio e nutrientes cheguem a todos os tecidos. Quando esse sistema falha, os órgãos deixam de receber o suprimento necessário, o que pode levar a consequências graves, incluindo danos irreversíveis ou até a morte.
Certos problemas cardíacos podem ser identificados já no nascimento, como é o caso das cardiopatias congênitas. No entanto, outras condições se desenvolvem ao longo dos anos. As doenças cardiovasculares, que afetam tanto o coração quanto os vasos sanguíneos, incluem a doença arterial coronariana, responsável por sintomas como dor torácica e infarto do miocárdio. Essa última, hoje, é a principal causa de adoecimento e morte em todo o mundo.
Principais tipos de problemas cardíacos
Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco): Ocorre quando há obstrução do fluxo sanguíneo para o coração, causando morte do tecido cardíaco.
Insuficiência cardíaca: O coração não consegue bombear sangue de forma eficiente, levando ao acúmulo de líquidos e falta de ar.
Doenças coronarianas: Acúmulo de placas de gordura nas artérias que irrigam o coração, reduzindo o fluxo sanguíneo.
Arritmias: Batimentos cardíacos irregulares, que podem ser rápidos (taquicardia), lentos (bradicardia) ou descompassados (fibrilação atrial).
Cardiomiopatia: Doença do músculo cardíaco que pode levar ao seu enfraquecimento ou espessamento.
Doenças valvares: Problemas nas válvulas cardíacas, que regulam o fluxo sanguíneo dentro do coração.
Doenças congênitas do coração: Anomalias estruturais presentes desde o nascimento.
Cada uma dessas condições tem causas e tratamentos diferentes. Contudo, todas podem comprometer seriamente a saúde cardiovascular se não forem diagnosticadas e tratadas a tempo.
Fatores de risco mais comuns
Diversos fatores contribuem significativamente para o desenvolvimento de problemas cardíacos. O tabagismo destaca-se como um dos mais perigosos, seguido por níveis elevados de colesterol, que podem levar à formação de placas de gordura nas artérias. A hipertensão arterial, a obesidade e distúrbios emocionais como estresse e depressão também figuram entre os principais riscos. Pacientes diabéticos merecem atenção especial, pois apresentam risco duas a quatro vezes maior de sofrer um infarto quando comparados à população geral.
Os fatores de risco cardíaco podem ser divididos em modificáveis, que são os que podem ser controlados com tratamento e mudança de hábitos, e não modificáveis, ou seja, aqueles que dependem da genética.
Fatores de risco modificáveis
Hipertensão arterial (pressão alta): Danifica as artérias e sobrecarrega o coração.
Colesterol alto: O LDL (colesterol “ruim”) contribui para o entupimento das artérias.
Tabagismo: O cigarro danifica os vasos sanguíneos e aumenta o risco de coágulos.
Sedentarismo: Falta de exercício enfraquece o coração e piora a circulação.
Diabetes: Níveis altos de açúcar no sangue danificam os vasos sanguíneos.
Obesidade: O excesso de peso sobrecarrega o coração e aumenta a pressão arterial.
Estresse crônico: Eleva a pressão e pode desencadear arritmias.
Consumo excessivo de álcool: Pode causar cardiomiopatia e arritmias.
Apneia do sono: Interrupções na respiração durante o sono aumentam o risco de hipertensão e arritmias.
Fatores de risco não modificáveis
Histórico familiar: Parentes próximos com doenças cardíacas aumentam o risco.
Idade: O risco aumenta após os 45 anos para homens e 55 para mulheres.
Sexo: Homens têm maior risco precoce, mas mulheres após a menopausa também são vulneráveis.
Outros fatores genéticos: Algumas pessoas já nascem com alguma malformação na estrutura do coração. Elas são chamadas de cardiopatias congênitas e podem ser identificadas em exames pré-natais, embora nem sempre isso ocorra. Segundo o NHS, o serviço de saúde britânico, alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de cardiopatias congênitas incluem a Síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas.
A boa notícia é que 80% das doenças cardiovasculares podem ser prevenidas com mudanças no estilo de vida saudável, como alimentação balanceada, exercícios e controle médico regular, segundo estudos.

Sinais e sintomas mais frequentes de problemas cardíacos
Muitos pacientes negligenciam os sinais por acharem que são apenas cansaço ou estresse. No entanto, alguns sinais podem ser indicativos de problemas cardíacos graves. Conheça os sintomas de problemas cardíacos mais comuns e quando eles exigem atenção médica imediata.
Dor no peito ou sensação de aperto: Sintoma clássico de infarto, mas nem sempre aparece de forma intensa. Pode ser descrito como pressão, queimação ou peso no peito. Pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou costas. Mesmo dores leves devem ser investigadas, especialmente em homens acima de 40 anos.
Falta de ar em repouso ou ao esforço: Dificuldade para respirar ao subir escadas ou mesmo em repouso pode indicar insuficiência cardíaca. O coração não consegue bombear sangue suficiente, levando ao acúmulo de líquido nos pulmões.
Cansaço excessivo sem explicação: Fadiga constante, mesmo após pequenos esforços, pode indicar má circulação sanguínea. Pacientes relatam que atividades simples, como caminhar ou subir uma rampa, se tornam exaustivas.
Palpitações ou batimentos irregulares: Sensação de coração “acelerado”, “pulando batidas” ou batendo irregularmente. Pode ser sinal de arritmia, que em casos graves pode levar a AVC ou parada cardíaca.
Inchaço nos pés e tornozelos: Indica que o coração não está bombeando adequadamente, causando retenção de líquidos. Comum em casos de insuficiência cardíaca, mas também pode estar associado a doenças renais.
Sinais menos conhecidos que também merecem atenção
Nem todos os sintomas são óbvios. Algumas pessoas, especialmente mulheres, podem apresentar sinais atípicos que são facilmente confundidos com outras condições.
Tontura ou desmaios: Podem indicar queda na pressão arterial ou arritmias graves. Desmaios recorrentes, especialmente se acompanhados de palpitações, exigem investigação.
Suor excessivo e frio: Suor repentino, mesmo em repouso, pode acompanhar um infarto. Muitas vezes vem com sensação de ansiedade, aperto no peito e mal-estar.
Náuseas e dor no estômago: Frequentemente confundidos com problemas digestivos, mas podem ser sinais de infarto, principalmente em mulheres. A dor é persistente e não melhora com antiácidos.
Dor em outras regiões (braços, mandíbula, costas): Essas dores podem aparecer isoladamente ou junto à dor no peito. Mulheres, em especial, tendem a apresentar sintomas atípicos, o que pode atrasar o diagnóstico.
Como prevenir problemas cardíacos no dia a dia
A melhor forma de cuidar do coração é adotar hábitos saudáveis. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que hábitos saudáveis podem reduzir significativamente o risco de desenvolver problemas cardíacos.
Alimentação equilibrada: Priorizar alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Limitar o consumo de alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e trans, açúcar e sal.
Atividade física regular: Praticar atividades físicas de intensidade moderada ou vigorosa regularmente, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo. A atividade física ajuda a controlar o peso, reduzir o colesterol e a pressão arterial, e melhorar a saúde cardiovascular.
Controle do estresse e sono: Dormir bem e buscar formas de relaxar (como praticar meditação e dedicar tempo a hobbies) ajudam a manter o coração saudável.
Controle de pressão e colesterol: Realizar exames de rotina e consultas médicas para identificar e controlar fatores de risco, como hipertensão, diabetes e dislipidemia.
Evite tabagismo e álcool em excesso: Abster-se do tabagismo, limitar o consumo de álcool e manter um peso saudável também são importantes para a prevenção de doenças cardíacas.
Quando procurar um cardiologista?
A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) aponta que cerca de 23% dos brasileiros nunca foram ao cardiologista. Não ir regularmente ao cardiologista pode ter sérias consequências para a saúde, incluindo a possibilidade de desenvolver ou agravar problemas cardíacos, como hipertensão, arritmia, insuficiência cardíaca e infarto.
A prevenção e o tratamento precoces, que só são possíveis com acompanhamento regular, podem evitar complicações graves e até fatais. Por isso, se você apresentar qualquer um dos sintomas mencionados neste artigo, especialmente se forem persistentes ou acompanhados de outros sinais, procure um médico imediatamente.
Mesmo sem sintomas, um check-up anual é essencial para detectar problemas silenciosos, como pressão alta ou colesterol elevado. Que tal marcar agora uma consulta com um dos cardiologistas do Hospital Santa Júlia? Investir na saúde do seu coração hoje significa garantir qualidade de vida e longevidade.








