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Hérnias Abdominais: Tipos, Sintomas e Quando a Cirurgia é Necessária

Fotografia de um homem em pé, vestindo uma camiseta cinza, segurando o abdômen com as duas mãos. Uma área de vermelhidão e brilho (efeito digital) está centralizada sobre o umbigo e a região lateral do abdômen, simbolizando dor intensa ou desconforto.

Você já notou um caroço ou um abaulamento na sua virilha, próximo ao umbigo ou sobre a cicatriz de uma cirurgia antiga, especialmente ao tossir ou levantar peso? Se sim, você pode ter uma hérnia abdominal. De fato, essa é uma das condições cirúrgicas mais comuns em todo o mundo, e ela afeta homens e mulheres de todas as idades. No entanto, apesar de sua frequência, muitas pessoas convivem com o problema por anos, seja por medo, desinformação ou por não saberem quando a condição se torna perigosa.

Entender o que é uma hérnia, conhecer os diferentes tipos, saber identificar os sintomas e, o mais importante, compreender por que a cirurgia é, na maioria das vezes, o único tratamento definitivo, são passos cruciais para evitar complicações graves e garantir a sua saúde e bem-estar.

 

O Que é, Exatamente, uma Hérnia Abdominal?

 

Para entender o que é uma hérnia, imagine a parede do nosso abdômen como uma parede de tijolos reforçada com uma tela de aço. Essa parede, formada por camadas de músculos e tecidos resistentes (aponeuroses), tem a função de conter e proteger os órgãos internos, como o intestino e o estômago.

Uma hérnia abdominal ocorre quando surge um ponto de fraqueza ou um orifício nessa parede. Através dessa falha, uma porção de um órgão interno (geralmente uma alça do intestino) ou de gordura intra-abdominal projeta-se para fora, formando um saco herniário. É essa protrusão que cria o caroço ou o abaulamento visível e palpável sob a pele.

Essa fraqueza na parede abdominal pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou a pessoa adquire ao longo da vida, devido a fatores que aumentam a pressão dentro do abdômen de forma crônica.

 

Os Tipos Mais Comuns de Hérnias Abdominais

 

Em primeiro lugar, nós nomeamos as hérnias de acordo com sua localização. As mais frequentes são:

  1. Hérnia Inguinal: É, de longe, o tipo mais comum, e ela responde por cerca de 75% de todas as hérnias abdominais. Ela ocorre na região da virilha (região inguinal) e é muito mais frequente em homens. Assim, acontece devido a uma fraqueza natural no canal inguinal, um túnel por onde, nos homens, passa o cordão que sustenta os testículos. Qualquer aumento da pressão abdominal pode forçar a passagem do intestino por esse canal.
  2. Hérnia Umbilical: Como o nome sugere, ela aparece como um abaulamento no umbigo ou ao redor dele. É muito comum em bebês, devido ao fechamento incompleto da abertura por onde passava o cordão umbilical, mas a maioria desses casos resolve-se espontaneamente nos primeiros anos de vida. Em adultos, Por outro lado, as condições que aumentam a pressão abdominal, como obesidade, múltiplas gestações ou ascite (acúmulo de líquido na barriga), associam frequentemente a hérnia umbilical.
  3. Hérnia Epigástrica: Localiza-se na linha média do abdômen, entre o umbigo e a parte inferior do osso do peito (esterno). Geralmente, são pequenas e contêm apenas gordura. Ocorrem devido a uma fraqueza na linha onde os músculos retos abdominais se encontram.
  4. Hérnia Incisional: Este tipo de hérnia surge no local de uma cicatriz de uma cirurgia abdominal prévia. A incisão cirúrgica, por mais bem feita que seja, cria um ponto de fragilidade na parede abdominal. Fatores como infecção da ferida cirúrgica, obesidade ou esforço físico intenso no pós-operatório podem levar à abertura dessa cicatriz internamente, permitindo a protrusão do conteúdo abdominal. Elas podem surgir meses ou até anos após a cirurgia original.

 

Identificando os Sintomas: Do Desconforto ao Sinal de Alerta

Exame físico de hérnia. Mãos de um médico, usando luvas azuis/roxas e jaleco branco, examinando o abdômen de um paciente. O umbigo e a área ao redor estão destacados com um brilho rosa/roxo, indicando o local da dor ou do abaulamento (hérnia umbilical ou epigástrica).

Os sintomas de uma hérnia podem variar muito, dependendo do tamanho e da localização.

Sintomas Comuns (Hérnia Redutível):

  • Abaulamento ou Caroço Visível: É o sinal mais característico. O caroço aparece em pé ou durante esforços (tossir, evacuar, levantar peso) e pode desaparecer ou ser “empurrado” de volta para dentro (reduzido) ao deitar-se.
  • Desconforto ou Dor Leve: Uma sensação de peso, ardência ou dor leve na área da hérnia, que geralmente piora no final do dia ou após longos períodos em pé ou fazendo esforço.

Sinais de Alerta: Hérnia Encarcerada e Estrangulada (Emergência Médica)

Sobretudo, o grande risco de uma hérnia não é o caroço em si, mas a possibilidade de complicações graves.

  • Hérnia Encarcerada: Ocorre quando a porção do intestino que se projetou para fora fica presa no orifício da parede abdominal e não podemos empurrar mais de volta. Consequentemente, o caroço torna-se permanentemente visível, doloroso e endurecido.
  • Hérnia Estrangulada: Esta é a complicação mais grave e uma emergência cirúrgica absoluta. Acontece quando o intestino encarcerado fica tão apertado no orifício que corta seu suprimento de sangue. Sem sangue, o tecido intestinal começa a necrosar (morrer) em questão de horas.

Os sintomas de uma hérnia estrangulada são intensos e súbitos:

  • Dor forte, súbita e contínua na área da hérnia.
  • O abaulamento fica extremamente sensível, endurecido e não podemos reduzir.
  • A pele sobre a hérnia pode ficar vermelha ou arroxeada.
  • Náuseas, vômitos e distensão abdominal, sinais de obstrução intestinal.
  • Febre e mal-estar geral.

Na presença de qualquer um desses sinais de encarceramento ou estrangulamento, procure uma emergência hospitalar imediatamente.

 

Diagnóstico e a Pergunta Crucial: Por que Hérnias Precisam de Cirurgia?

O diagnóstico da maioria das hérnias é clínico. O médico realiza o exame físico, pedindo ao paciente para tossir ou fazer força para visualizar a protrusão. Em casos de dúvida ou em pacientes obesos, exames de imagem como a ultrassonografia ou a tomografia computadorizada ajudam a confirmar o diagnóstico e permitem avaliar o tamanho do defeito na parede abdominal.

Uma vez diagnosticada, surge a pergunta: o que fazer? A resposta baseia-se em um fato simples e imutável: hérnias não se curam sozinhas. Diferente de um músculo que cicatriza, o orifício na parede abdominal não se fecha espontaneamente. Pelo contrário, a tendência natural é que, com o tempo e os esforços do dia a dia, ele aumente de tamanho.

Portanto, o tratamento definitivo para uma hérnia abdominal é sempre a correção cirúrgica.

 

Quando a Cirurgia é Indicada?

Imagem de um procedimento cirúrgico, representando a correção de hérnia abdominal (herniorrafia) realizada por uma equipe de cirurgia em ambiente hospitalar, conforme o procedimento no Hospital Santa Júlia.

A regra geral é que o cirurgião deve operar a maioria das hérnias abdominais em adultos de forma eletiva (programada) para aliviar os sintomas e, principalmente, para prevenir as complicações graves de encarceramento e estrangulamento. Operar de forma programada é muito mais seguro e tem uma recuperação mais tranquila do que uma cirurgia de emergência por estrangulamento.

Existem raras exceções onde a observação (“watchful waiting”) pode ser uma opção, como em pacientes muito idosos, com múltiplas doenças graves, que tenham uma hérnia inguinal pequena e totalmente assintomática. Entretanto, o paciente deve tomar essa decisão em conjunto com o cirurgião, pesando cuidadosamente os riscos.

O procedimento cirúrgico, chamado de herniorrafia, tem dois objetivos:

  1. Recolocar o conteúdo herniado (o intestino ou a gordura) de volta para dentro da cavidade abdominal.
  2. Reparar o defeito na parede abdominal.

Além disso, hoje em dia, o cirurgião faz o reparo quase sempre com a colocação de uma tela cirúrgica (semelhante a uma tela de mosquiteiro, feita de material sintético), que funciona como um reforço para a área enfraquecida, diminuindo drasticamente as chances de a hérnia voltar (recidiva).

O cirurgião pode realizar a cirurgia por duas técnicas: a aberta (convencional), com um corte sobre a hérnia, ou a laparoscópica, com pequenas incisões e o auxílio de uma câmera, que geralmente proporciona uma recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório. Finalmente, é crucial discutir as opções com seu médico.

 

O Cuidado Cirúrgico Especializado no Hospital Santa Júlia

 

A decisão de operar uma hérnia e a escolha da técnica cirúrgica ideal cabe a um cirurgião experiente. No Hospital Santa Júlia, em Manaus, nosso Centro Cirúrgico é uma referência no tratamento de hérnias da parede abdominal, desde os casos mais simples até os mais complexos.

Nosso corpo clínico de Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo é altamente qualificado, com vasta experiência em técnicas abertas e minimamente invasivas (laparoscópicas). Por conseguinte, contamos com uma estrutura hospitalar completa, que garante total segurança ao paciente, desde a consulta inicial e o diagnóstico preciso, passando pelo procedimento cirúrgico, até a recuperação pós-operatória.

Se você tem um abaulamento ou sente desconforto na região abdominal ou na virilha, não ignore os sinais. Agende uma consulta com nossos cirurgiões no Hospital Santa Júlia. Um diagnóstico correto e uma cirurgia programada são o caminho mais seguro para resolver o problema de forma definitiva e evitar os riscos de uma complicação grave.