Ela pode começar como um incômodo leve após um dia de trabalho. Ou então, pode surgir de forma súbita e incapacitante após um movimento em falso. A dor nas costas é uma condição democrática: estima-se que cerca de 80% da população mundial terá pelo menos um episódio significativo ao longo da vida. Por ser tão comum, muitas vezes a negligenciamos, tratamos com automedicação ou simplesmente a ignoramos. No entanto, essa dor pode ser um sinal de alerta, variando de uma simples tensão muscular a uma condição séria. Portanto, exige intervenção especializada.
Compreender as principais causas por trás da dor nas costas é crucial. Além disso, conhecer o espectro completo de tratamentos disponíveis (do conservador ao cirúrgico) é o primeiro passo para encontrar o alívio duradouro e restaurar a qualidade de vida.
A Complexa Engenharia da Coluna Vertebral

Para entender a frequência das dores nas costas, devemos olhar para a complexidade da coluna vertebral. De fato, ela não é apenas uma pilha de ossos. Pelo contrário, é uma estrutura biomecânica sofisticada, composta por:
Vértebras: Os ossos que formam a coluna e protegem a medula espinhal.
Discos Intervertebrais: Estruturas gelatinosas. Essas estruturas, ou seja, os discos, funcionam como amortecedores entre as vértebras. Elas absorvem o impacto e permitem a flexibilidade.
Músculos e Ligamentos: Uma rede complexa que estabiliza a coluna e permite o movimento.
Nervos: A medula espinhal passa por dentro da coluna. Suas raízes nervosas saem entre as vértebras para controlar todas as partes do corpo.
Qualquer alteração, lesão ou sobrecarga em uma dessas estruturas pode gerar dor.
Principais Causas da Dor nas Costas: Da Lombalgia Comum às Condições Crônicas
A dor nas costas, especialmente na região lombar (lombalgia), pode ser aguda (até 6 semanas) ou crônica (por mais de 3 meses). Em geral, as causas são variadas.
Causas Mecânicas e Musculares (As Mais Comuns):
- Distensão Muscular ou Estiramento Ligamentar: Esta é a causa mais frequente de dor aguda. Ocorre ao levantar um objeto pesado ou manter má postura. Frequentemente, a dor é localizada e piora com o movimento.
- Má Postura: Passar horas sentado ou dirigindo sobrecarrega músculos e ligamentos. Isso gera, por conseguinte, dor crônica e tensão. Em outras palavras, a sobrecarga constante é a principal vilã.
- Sedentarismo: A falta de atividade física enfraquece os músculos de suporte da coluna (core). Uma musculatura fraca, como resultado, deixa a coluna vulnerável a lesões.
- Hérnia de Disco: O núcleo gelatinoso do disco “vaza”. Consequentemente, esse material pode comprimir uma raiz nervosa próxima. Como resultado, pode causar dor ciática. Em suma, a hérnia é a ruptura do amortecedor natural da coluna.
Causas Degenerativas (Associadas ao Envelhecimento):

- Doença Degenerativa Discal: Com o tempo, os discos perdem hidratação. Dessa forma, sua capacidade de amortecimento diminui, podendo causar dor crônica. Similarmente, a deterioração é um processo natural.
- Estenose Espinhal: É o estreitamento do canal vertebral. Especificamente, esse estreitamento, causado por osteófitos, pode comprimir nervos. Pode haver dor e dificuldade para caminhar. Além disso, a estenose é mais comum em idosos.
- Espondilolistese: Uma vértebra “escorrega” para a frente. Isso pode causar instabilidade e compressão nervosa. Adicionalmente, esta condição afeta a estabilidade da marcha.
Outras Causas Menos Comuns:
- Fraturas Vertebrais: Geralmente causadas por osteoporose ou traumas.
- Doenças Inflamatórias: Por exemplo, a espondilite anquilosante.
- Infecções ou Tumores na Coluna: Embora raras, são causas graves. Tais condições geralmente vêm acompanhadas de febre, perda de peso inexplicada e dor que não melhora. Nesse sentido, é fundamental investigar dores persistentes.
O Espectro de Tratamentos: Uma Abordagem Gradual
A grande maioria dos casos (>90) melhora com tratamentos conservadores. Sendo assim, a abordagem é quase sempre gradual.
Etapa 1: O Tratamento Conservador
É a primeira linha de defesa.
- Repouso Relativo e Modificação de Atividades: Evite atividades que pioram a dor. Contudo, evite ficar de cama por longos períodos. Pois, o repouso excessivo prejudica a recuperação.
- Medicamentos: Prescrevemos analgésicos e anti-inflamatórios na fase aguda. Acima de tudo, evite a automedicação crônica.
O Papel Central da Fisioterapia: A fisioterapia é um pilar fundamental. O fisioterapeuta desenvolve um programa individualizado para alívio da dor, fortalecimento do core, alongamento e correção postural. Além disso, Acupuntura e Pilates Clínico são terapias complementares eficazes.
Etapa 2: Intervenções Minimamente Invasivas
Quando a dor persiste apesar do tratamento conservador, podemos indicar procedimentos mais diretos.
- Infiltrações ou Bloqueios: Injetamos medicamentos no local da inflamação. Em outras palavras, o procedimento reduz a inflamação ao redor do nervo. Com isso, o paciente consegue progredir melhor na fisioterapia. A princípio, o objetivo é quebrar o ciclo da dor.
- Rizotomia por Radiofrequência: Usamos este método para dores facetarias.
Etapa 3: O Tratamento Cirúrgico
A cirurgia é a última opção. Tipicamente, indicamos ela para pacientes que não respondem a outros tratamentos ou que apresentam sinais de alerta graves.
- Indicações Clássicas: Dor incapacitante, déficit neurológico progressivo, Síndrome da Cauda Equina e instabilidade.
Hoje em dia, as técnicas cirúrgicas são seguras e minimamente invasivas. Por exemplo, usamos a microdiscectomia e a artrodese.
O Cuidado Integrado da Coluna no Hospital Santa Júlia

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